Colaboradores
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Para aprimorar competências

A atualização do modelo de gestão de pessoas fez com que a Natura revisitasse também seu programa de educação corporativa, que agora está mais conectado à estratégia de futuro da empresa

A educação é um dos temas mais relevantes para a Natura. O foco está tanto no desenvolvimento dos colaboradores quanto da rede de consultoras – e, de forma mais ampla por meio do Instituto Natura, de toda a sociedade.

Internamente, a atualização do modelo de gestão de pessoas e de cultura organizacional também suscitou mudanças no programa de educação corporativa da companhia. Com a reformulação, o programa foi estruturado em dois grandes eixos: de aceleração e de liderança.

No primeiro, que abrange as funções de coordenador e analista – desempenhadas, em sua maioria, por profissionais em início de carreira –, o objetivo é aproximar esse público da estratégia do negócio, com foco na aprendizagem em gestão, aumentando o desenvolvimento individual e, como consequência, as chances de crescimento na Natura. O mesmo raciocínio foi usado na atualização dos programas de estágio e de trainees. Visando aumentar a contratação dos jovens ao fim dos processos, foram fortalecidas as vivências sobre o negócio.

Para a liderança, a companhia optou por encerrar o então programa de desenvolvimento (leia mais em Programa Cosmos) e desenhou um novo formato, de duração mais curta e que se apoia no princípio de que o profissional é o principal responsável por sua aprendizagem. “Observou-se que o negócio está constantemente em transformação. Por isso, é necessário desenvolver líderes à frente do seu tempo. Mais que entregar as metas, o líder precisa se reinventar, ou seja, ser capaz de promover ações no presente que já respondam às demandas do futuro e que impactem positivamente os resultados do negócio”, explica Fátima Rossetto, diretora de Desenvolvimento, Educação, Diversidade e Atração da Natura. A meta é capacitar 100% dos líderes no período de dois anos e meio.

Na prática, com base no plano de desenvolvimento individual (PDI) de cada colaborador, ele define sua grade de aprendizagem, que deve incluir cinco painéis prioritários e, portanto, obrigatórios, e módulos de livre escolha. Haverá, ainda, a fase de vivências, composta de visitas às diferentes etapas que compõem o negócio da Natura (fábrica, entrega de pedidos, atendimento etc.), propiciando uma visão cada vez mais integrada sobre o negócio (leia mais em Vivendo a Natura de ponta a ponta).

Denominado Mosaico, todo o conteúdo do programa está disponível no ambiente online e nos idiomas português, inglês e espanhol. A ideia é que haja também uma maior integração entre os participantes por meio do compartilhamento de conhecimento, com um profissional usufruindo o processo de aprendizagem de seu colega.

A Natura também implementou, em 2014, um programa específico para o desenvolvimento da liderança das unidades industrias, inicialmente realizado com os líderes das fábricas de Cajamar. Mesclando teoria e prática, a iniciativa aprofundou temas como gestão de pessoas, processos de comunicação e segurança do trabalho, e ainda promoveu conversas com a alta liderança, incluindo um dos fundadores e o diretor-presidente da Natura.

As evoluções impactaram o número de capacitações realizadas para os colaboradores em 2014, com redução de 19% na média de horas de treinamento por profissional em comparação com o ano anterior. As mudanças se refletiram especialmente na operação Brasil (média de 78 horas em 2014, ante média de 96 horas em 2013). Nas Operações Internacionais, ao contrário, foram realizadas as ações de aprendizagem previstas, resultando no crescimento do índice.

Vivendo a Natura de ponta a ponta

Luiz Otavio Leal Ruas, 36 anos, é gerente nacional de Serviços ao Cliente na Natura. Em 2014, ele foi um dos profissionais convidados a participar de um projeto-piloto, o Vivendo a Natura, em que colaboradores de diferentes áreas conhecem o dia a dia de toda a operação da empresa.

Ele acompanhou a fabricação de itens Natura Mamãe & Bebê e, em seguida, seguiu para a linha de separação de pedidos (picking). Do Centro de Distribuição São Paulo (CDSP), embarcou em um caminhão para entregar as caixas com os produtos Natura na porta da casa de uma consultora. Também conheceu o trabalho das centrais de atendimento ao cliente e esteve presente em reuniões da área de força de vendas.

Segundo Ruas, a experiência fez com que enxergasse com outros olhos processos que ele conhece tão bem, mas que já não fazem parte de seu cotidiano de trabalho. A proximidade com clientes e CNs possibilitou, ainda, a identificação de oportunidades de evolução no relacionamento com esses públicos. “Reforçou o entendimento de quanto o negócio é interligado, de que qualquer acontecimento em uma etapa afeta todo o processo”, destaca.

O projeto, que teve 30 participações na fase de testes, pretende impulsionar uma visão cada vez mais integrada do negócio. Pensado para também aumentar o engajamento dos profissionais, depois das vivências os participantes mapearam algumas propostas de melhoria que, após avaliadas, podem ser incorporadas aos processos da empresa. A iniciativa fará parte da frente de desenvolvimento de líderes da Natura.


Programa Cosmos

Com a reestruturação do programa de educação corporativa da Natura, a então estratégia para o desenvolvimento de líderes da empresa foi concluída. Lançado em 2011, o programa Cosmos, como era chamado, alcançou cerca de 800 líderes do Brasil e das OIs, número que corresponde a mais de 50% de toda a liderança da companhia.

Entre os diversos aprendizados do Cosmos, destaca-se a promoção de um ambiente de troca e integração. Outro fator positivo foi a realização de palestras com convidados externos, caso de Vandana Shiva, física indiana que falou sobre sustentabilidade e justiça social, e de Gil Giardelli, especialista em mídias digitais.

Um dos principais questionamentos sobre a efetividade da iniciativa se referiu ao seu tempo de duração. Muitos líderes acabavam deixando a Natura antes da conclusão do programa.

Essas e outras percepções foram levadas em consideração durante a estruturação do novo modelo.

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