Com a revisão das práticas de gestão, a Natura prepara seus colaboradores para executar a estratégia do negócio, sem perder de vista seus valores e cultura
Para que a execução da estratégia da Natura seja bem-sucedida, é preciso contar com direcionadores claros quanto aos comportamentos esperados dos colaboradores, um dos capitais que asseguram a capacidade de operação e a perenidade das organizações. Por isso, em 2014 a empresa concentrou esforços para reinventar-se do ponto de vista de gestão de pessoas e cultura organizacional, alinhando os desafios delineados para a Natura no planejamento estratégico aos resultados dos diagnósticos realizados com seus colaboradores nos últimos anos, como as pesquisas de clima e de engajamento organizacional. A essas demandas, somou-se, ainda, o desafio de responder às tendências globais observadas na forma com que as pessoas vêm se relacionando com o mundo do trabalho, envolvendo questões complexas como flexibilidade, colaboração, diversidade e convivência de gerações.
Revisitando todas as práticas de gestão de pessoas, o resultado foi a atualização do desenho organizacional, das formas de avaliação, do modelo de reconhecimentos e recompensas e da estratégia de comunicação interna. “Esperamos que o processo de gestão de pessoas esteja, de fato, nas mãos de todos na empresa, de uma maneira flexível, ágil e moderna”, salienta Lilian Guimarães, vice-presidente de Pessoas e Cultura.
O primeiro passo foi traçar o novo perfil do colaborador Natura, identificando as competências funcionais, comportamentais e de liderança para o exercício das diversas posições dentro da companhia. Ao longo de 2014, os gestores foram posicionados nesse novo mapa de competências e tiveram seus planos de desenvolvimento individual (PDI) traçados. O mapa de competências também subsidiará os processos de contratação de novos profissionais.
Consequência desse processo, a Natura estruturou seu novo modelo de avaliação e gestão do desempenho (já testado com os profissionais em cargos de gestão), que entrará em vigor a partir de 2015. Entre as principais mudanças está a realização da avaliação 360º de cada colaborador, baseada nas competências desenhadas. Os resultados serão debatidos no recém-criado Fórum de Pessoas, instância da qual participam os gestores, que atuam diretamente com o colaborador avaliado, e representantes convidados das áreas de interface do profissional. Nesse momento, o histórico de cada colaborador e seu desempenho atual e potencial serão considerados no seu PDI e na definição dos reconhecimentos (financeiros e não financeiros) e dos próximos passos da carreira. Com ciclos de um ano, o PDI passará, ao fim do primeiro semestre, por uma revisão conjunta entre colaborador e gestor, para eventuais modificações das metas já estabelecidas.
As discussões do Fórum de Pessoas ainda permitirão à Natura consolidar seus mapas de mobilidade interna e sucessão, cujos esboços já foram esquematizados, a partir do diagnóstico das competências dos gestores e da identificação do nível de prontidão de cada um para assumir novas posições na empresa.
As mudanças decorrentes dessa atualização devem ser implementadas no Brasil e nas Operações Internacionais ao longo dos próximos dois anos, contemplando os profissionais de todos os níveis administrativos, além do público operacional e da força de vendas. O grande objetivo da revisão é consolidar uma equipe de profissionais ainda mais preparada para atender aos desafios atuais e futuros do negócio e que contribua efetivamente para os resultados esperados pela companhia. “Temos clareza sobre aonde queremos chegar e precisaremos de disciplina e persistência para colher os frutos da transformação que estamos fazendo”, ressalta Lilian.