Estratégia de lançamentos e iniciativas de ecoeficiência serão os impulsionadores da nova ambição 2020. Companhia já reduziu 33,2% de suas emissões relativas, entre 2007 e 2013
Após comemorar um grande feito em 2013 – a redução de 33,2% das emissões relativas de gases de efeito estufa (GEE), abrangendo toda a sua cadeia de valor –, a Natura divulgou outra meta ambiciosa e se prepara agora para reduzir, até 2020, outros 33%, tendo como base o ano de 2012.
Tema relevante para a empresa, reafirmado no recente processo de revisão da materialidade, desde 2007 a companhia mantém seu programa Carbono Neutro, por meio do qual estruturou um modelo de gestão transversal, que integra a estratégia de negócio e compreende todas as fases dos processos de desenvolvimento, produção, ciclo do pedido e transporte dos produtos. Para alcançar a nova meta, a empresa se mobiliza em uma estratégia abrangente e que será cumprida em diferentes etapas. Em 2014, a dedicação esteve centrada no planejamento, mas algumas das novidades que chegaram ao mercado ao longo do ano já devem impactar o desempenho em emissões da companhia a partir de 2015, caso do desodorante aerossol Ecocompacto e da linha Natura Tododia, relançada no início do ano com embalagem de PET reciclado. De acordo com o gerente de Sustentabilidade da empresa, Keyvan Macedo, a expectativa é que o cumprimento da meta seja alavancado especialmente a partir de 2017, quando projetos específicos, que contribuirão de forma mais efetiva para o atingimento da ambição, deverão ser lançados.
No ano, houve aumento de 2,2% nas emissões relativas, reflexo do crescimento de receita abaixo da estimativa inicial em 2014. Isso porque um percentual das emissões está ligado à estrutura fixa da operação, que não varia em função do volume de produção anual. Ainda assim, se considerado 2012 (ano-base da nova meta), houve redução acumulada de 6,7%.
O programa Carbono Neutro é composto de três pilares. Na frente de medição e registro de emissões estão os inventários anuais de carbono. A frente de redução abrange as iniciativas para diminuir o indicador (leia mais em Ecoeficiência como palavra-chave, a seguir), enquanto a frente de compensação estabelece que todas as emissões não evitadas pela companhia sejam compensadas via aquisição de créditos de carbono (leia mais a seguir).
Prática contínua, a Natura mantém uma série de iniciativas de ecoeficiência em seus processos, que melhora o desempenho em emissões e também em energia da empresa. Entre mudanças simples e mais complexas, as ações contemplam desde o uso de lâmpadas LED, passando por caldeiras movidas a biomassa nas unidades industriais (Benevides utiliza briquetes de madeira e Cajamar, etanol), até a introdução de veículos movidos a etanol na frota da companhia. Ao longo de 2013, veículos elétricos foram testados na entrega dos produtos às consultoras. Embora com grande potencial, a iniciativa foi interrompida em função do custo alto associado aos modelos elétricos. As novas alternativas incluem, ainda, o uso da cabotagem, que gera emissão de gás carbônico cinco vezes inferior à dos caminhões. Em 2014, a Natura operou 22 embarques para os portos de Salvador, Recife e Belém, somando mais de 4 mil toneladas de produtos transportadas por esse modal logístico.
Outro exemplo vem da fábrica de sabonetes da Natura, no Ecoparque, em Benevides, que conta com sistema para elevar a eficiência do sistema de ar condicionado e paredes duplas que reduzem a temperatura interna e, consequentemente, o uso do ar-condicionado, além de iluminação natural.
A Natura não utiliza em suas operações substâncias que impactam a camada de ozônio. Como são usados combustíveis limpos (etanol, GLP e briquete) nas caldeiras, não há quantidades significativas mensuráveis de emissões de NOx e SOx.