Quando o tema é resíduo, que segue como um dos prioritários para a Natura, as metas da companhia podem parecer, à primeira vista, bastante audaciosas. Segundo a nova visão de sustentabilidade, o objetivo é estruturar um sistema de logística reversa – em consonância com o que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos – que colete e dê a destinação adequada a um volume equivalente a 50% dos resíduos gerados pelas embalagens dos produtos Natura no Brasil até 2020. Os propósitos também estão alinhados a outra ambição 2020, que prevê a incorporação de materiais reciclados pós-consumo nas formulações de embalagens (ao menos 10% da massa total de embalagens do portfólio Natura).
Em 2014, passos importantes foram dados para transformar em realidade o sistema de logística reversa com a formatação do Projeto Gerenciador Integrado, que entrará em atividade, em escala-piloto, ao longo do segundo semestre de 2015. A companhia vem dedicando atenção especial às articulações com organizações e empresas que possam, em conjunto, conectar de forma eficiente e justa toda a cadeia de logística reversa, incluindo o cliente e considerando a etapa de destinação final dos materiais reciclados na indústria.
Como explica Sergio Talocchi, responsável pelo Núcleo de Materiais Reciclados Pós-Consumo da Natura, um dos grandes desafios da iniciativa é assegurar, em um mercado complexo e ainda informal e com um ambiente institucional em consolidação, o cumprimento de objetivos variados, que vão desde o atendimento a requisitos regulatórios e o cumprimento de metas ambientais agressivas até a inclusão social e a geração de oportunidades de negócios.
Caso a etapa-piloto demonstre viabilidade de replicação, a expectativa é que o projeto se consolide como um exemplo concreto de negócio social capaz de transformar desafios socioambientais em oportunidades de desenvolvimento.
A partir de uma perspectiva de ciclo de vida, que engloba toda a cadeia de valor, a Natura realiza, há quatro anos consecutivos, seu inventário de geração de resíduos, que acompanha os resultados das três principais fases da cadeia: processos fabris (internos e terceiros), distribuição e uso e descarte. Em 2014, o volume de resíduos gerados a cada unidade produzida cresceu 15% em comparação com o ano anterior (25 g/item produzido em 2014 versus 22 g/item produzido em 2013), pesando na conta perdas mais significativas nos processos produtivos e no estoque.
Entre as ações de eficiência, destaque para um projeto-piloto que aumentou a vida útil das caixas que acomodam os materiais transportados até a companhia, que agora são utilizadas várias vezes pelos dois fornecedores participantes. Nessa fase de testes, houve diminuição de 11 toneladas no volume de resíduos e, depois da expansão do projeto, a economia deve chegar a 148 toneladas por ano.
Além das iniciativas próprias, a Natura apoia as ações promovidas pela Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) em prol do cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos.