Sociobiodiversidade
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Ecoparque em ação

Primeira unidade do complexo industrial, fábrica de sabonetes da Natura produziu 100 milhões de barras em 2014. Empresa parceira chega ao Ecoparque em 2015

O Ecoparque, localizado em Benevides (PA), é o exemplo mais recente do compromisso da Natura com a estruturação de um modelo sustentável para o uso dos ativos da biodiversidade, capaz de promover a economia da floresta em pé e a convivência harmoniosa entre a natureza, a comunidade local e as organizações privadas.

O complexo integra o pilar Cadeias Produtivas Sustentáveis do Programa Amazônia, lançado em 2011 e que viabiliza a atuação da companhia na região, iniciada ainda no ano 2000 com o lançamento da linha Natura Ekos.

A fábrica de sabonetes da Natura (linhas Ekos e Tododia) foi a primeira unidade a se instalar no Ecoparque, idealizado para abrigar várias empresas com base no conceito de simbiose industrial, impulsionando, assim, a geração de negócios sustentáveis na Amazônia e o empreendedorismo local.

O início da operação da nova unidade industrial representou um importante desafio para a Natura, considerando sua localização, os equipamentos de alta tecnologia e complexidade instalados e a contratação de colaboradores, que hoje já são 240. Os treinamentos sobre questões de segurança foram um dos pontos prioritários neste primeiro momento. “Mesmo com os desafios, nossa curva de aprendizado tem sido muito positiva, com a produção de 1oo milhões de barras de sabonetes em 2014 e estimativa de 200 milhões de unidades para 2015”, ressalta João Mocelin, diretor industrial da Natura. A nova planta ainda não está operando em toda a sua capacidade. Em 2016, a capacidade produtiva da fábrica atingirá 500 milhões de barras de sabonetes/ano.

Em 2015, a Symrise, fabricante internacional de fragrâncias e matérias-primas, passará a operar no Ecoparque. Prerrogativa do projeto, a simbiose ocorrerá, principalmente, com os resíduos industriais, que poderão ser reaproveitados pela fábrica de sabonetes. Além da Symrise, outras empresas já conversam com a Natura para se instalarem no complexo.

Seguindo princípios de ecoeficiência, uma das iniciativas inovadoras do Ecoparque são os chamados jardins filtrantes para o tratamento de efluentes (tecnologia que dispensa o uso de produtos químicos ao realizar a decomposição de poluentes graças à ação de bactérias alojadas nas raízes das plantas). Ainda não há indicadores fechados que comprovem os impactos da unidade no meio ambiente, o que deve ocorrer em meados de 2015, quando a fábrica completa 1 ano de operação.

Mais ativos da floresta

Em 2014, a Natura deu mais um passo para ampliar a participação de ingredientes vegetais provenientes da Amazônia no total de insumos utilizados pela empresa. Além do aumento da concentração de óleos essenciais nos sabonetes em barra da linha Natura Ekos, a marca lançou uma água de banho desenvolvida a partir do perfume da pataqueira, espécie que nasce nas proximidades dos rios e igarapés na região de Belém (PA). Suas folhas são um dos principais ingredientes dos banhos de cheiro ou banhos de felicidade, parte das tradições ribeirinhas da Região Norte do País. A utilização do insumo envolve três comunidades extrativistas do Pará.

Outros ativos da biodiversidade estão sendo pesquisados e desenvolvidos e devem fazer parte do portfólio da Natura em 2015. Ainda no primeiro semestre, serão lançados produtos para o corpo produzidos a partir da ucuuba, uma árvore de grande porte da Amazônia, atualmente ameaçada de extinção em decorrência da exploração intensiva de sua madeira. O projeto prevê a parceria com quatro comunidades fornecedoras do nordeste paraense, responsáveis pelo manejo sustentável das sementes de ucuuba, cujo óleo produz uma manteiga para uso cosmético com propriedades hidratantes, cicatrizantes e antissépticas.

Uso sustentável da sociobiodiversidade

A Política Natura de Uso Sustentável de Produtos e Serviços da Sociobiodiversidade pauta a atuação da Natura na região pan-amazônica. Atualizada em 2013, inclui o modelo de repartição de benefícios pelo acesso ao patrimônio genético e/ou conhecimento tradicional praticado pela Natura e as diretrizes para a compra de insumos e para o relacionamento com as comunidades e os povos tradicionais e indígenas, entre outros pontos